segunda-feira, 9 de julho de 2012

LOUCO

LOUCO

Foi ali na embocadura do rio
Donde a fonte se resguarda
D’as conas fiadas
Que confiei
A ti entreguei fios já destroçados
Rolos e mais rolos emaranhados

Foi-te nefrestando
Que antes, me nefrestei
O rio da foz quase secou
Por sorte
Tinha vertentes
O sangue já salmourado, vazou

Do vale da grande cordilheira
Muitos poços... preenchidos
De vácuos
Mas tu so-mente Louco
Podes permanecer um pouco.
Agora, calo
´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´
Vivo.. zumb’ida
Louco permanece
Oco me enlouquece
Broto, tou grávida.

(Giselle Serejo, jul-2012)


tela do pintor florentino Angelo Bronzino,NETUNO.


sábado, 30 de junho de 2012

Ofuscus

Ofuscus

Praia deserta
Grandes ondas negras em volumes
Simbilavam, desejantes
Velhos morfemas

Na pouca gritaria
Olhos e baganas se entendiam
Estonteantes desmaiavam
Na Era do Vazio

Rôta a hora
Muita... demora
Tardiamente...
Chapeuzinho foi embora.

Giselle Serejo em O instante inexiste, 2012.


quarta-feira, 27 de junho de 2012

Pele-De-Es-tola


PELE ES-TOLA

Pele, o mundo te repele

Farsante romaria

Itinerante brochura

De mil falsetes



Pelo da pele

Rasgada a mortalha te confere

Repele esse vício Ma-belle

Mira-belle-fanzine



Lusca não ofusca

Irão te punir

Fleur d’amie

Re-pele, mademoiselle!



Giselle Serejo-Cabaret Chinelo II, 2012.

domingo, 27 de maio de 2012

Compassos

Dobraduras aquecem o sangue divino
contorcionismos
sem sionismos
vou lá
andar
pelos desfiladeiros
dar passos
aos compassos
da diáfana dança
nunca nunca cansa....

Giselle Serejo,2012.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Infinitus Restus

De tanto me perder nos caminhos das tuas letras
o amálgama multicor inaugurou linhagem
entranhado na minha dor.

Intocada catatônica
subiu mundos
voou in-versa
tudo tudo para o justo amor.

Giselle Serejo in Infinitus Restus,2012.
 Todos os direitos da foto para Samsãra(compartilhado)



Nado Sincronizado

Nadando em duo
águas mansas
cristalinas
eu e minha poesia.

Lá ao longe
... as sombras
vez por outra emergem
e voltam a mergulhar

Banzeiro
se desfaz
bem perto
do meu lumiar

As espumas quentes
envaidecidas e sensuais
tocam de leve a pele branca
agora,nada profana.

Giselle Serejo em Nado sincronizado,2012.


Parafernália de Gaia

Eu me reinvento
no momento
de cada partida em voo

Busco
... conduzo
desparafuso
o minuto insólito

Autocombustão visceral
letras espalhadas
pelas vias do mundo carbonizado

Inumano
depravado
corroído e desbocado!

 Giselle Serejo in Parafernália de Gaia,2012. Tela de Joan Miró.