sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

HORAS

                                                                  HORAS

                                                                          passam apressadas
                                                                     calcifica horas
                                                           preciso é o chão.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Horas

                                                                   
                                                                 Horas passam apressadas
                                                                 Calcifica horas
                                                                 Preciso é o chão.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

À Paul Cèzanne- Pela passagem de seu aniversário

Pinta tua tela bem aqui


é nesse lago que eu me afogo sempre

tinge de colorido cada gôta desse paço

mergulha teu pincel e limpa sua ponta

naquela carne bem alí prostada

consola essa fremida

que teima em sair

mas sucumbida

desmaia e some



Atira a outra ponta

ajuda

dela terás uma tela

Impressiona de matizes

a florida bela



Teima

segue em frente não resvala

decerto que pensas já morreu

Não!

Seu nome ninguem fala

Um grita:

é Poeisis o nome seu!!!!!!!!

sábado, 15 de janeiro de 2011

POESIA EM V ATOS

POESIA EM V ATOS




I ATO:



caneta



II ATO:



papel



III ATO:



palavras



IV ATO:



VÔMITO



V ATO:



morte

translúcida

A morte está translúcida


por esses dias

pinga-pinga

entope a torpe carne.

O GRITO

Grito mudo


grito imundo

abro braços

para deixar

que os ecos

refresquem minha dor

e levem ao vento

a minha solidariedade

Sangra

O repórter engasgado dava a nóticia

olhava para os lados e nada via

olhava para o mundo e tudo sentia

só desgraça, muitas trapaças



A casa do grande Rei escapou

porém a de seus súditos foram levadas

correnteza foi impiedosa

com aquela terra gloriosa



Grande floresta

sangrava toda sua seiva

e sem saber bem o por quê

só retribuia ingênua

a morte

que antes a fez forte



Não! gritava ela

a culpa não é só minha]

isso é resultado

do que antes não se via

mas agora por sangria

vivo assim...

impiedosa, forte e cruel

levando tudo pela frente

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

situação

Amanheceu orvalhado o pensamento
folhas verdes se misturam a outras tantas já sem vida
fazendo-as rodopiar numa ciranda colorforme.
Crianças e velhos se entreolham e me olham
como se já fossemos velhos amigos.

Gritos de férias ecoam das frestas dos blocos de concreto
Agora resta-me  abrir os olhos para nao perder
a memória ainda fresca do Rio.

Mais gritos, abafados agora pela luz que porongueia-me sempre, sempre.




pa la vras

letras estao como formigas de um lado para outro sobre o papel tentando encontrar um fragmento que as una e as faça palavras-torrão-de-açúcar, que mereça ser levadas as vistas alheias.

Papel está como chama sibililante em noite fria, tentando ficar firme, mas por hora,..
olhos e ouvidos tiquetaqueantes não param
querem ir além do sempre mesmo instante

vontade de águas...
de floresta, de Porto, de boas conversas de além-mar, de raízes perdidas, do sorriso cativante da criatura-anjo, de tantas coisas que passam agora como fita de cinema mudo, tão rápidas que eu não estou conseguindo pegá-las...