domingo, 28 de agosto de 2011

Velho é o mundo!


Princezinha dos mares
ela baila entre peixes e corais
ela reina, nada mais.
 

Velho é o mundo.Por Giselle Serejo,2011.

Em sua fremosura
sem posta
ia andando a vida
com leveza
pureza de água da bica
Canções de ninar assobiava
não ligava, como eu, para inquietações efemêras
prosseguia na lida
cantarolando o doce
Às vezes se ficava canto
se isolava brevemente
cheia de gente invisível
curtia sua freguesia
Passava...
E..depois das horas ignotas
dava o doce
enviava tachos cheios de amores
As dores deixava para depois
Cora, Lina, Aninha, nova.

Haicai- à natureza-fauna brasileira-Tartaruga





Bailarina dos mares
 baila entre peixes e corais
ela reina, nada mais.

Haicai- à natureza-fauna brasileira

Árvore solitária cantarolava
Sacudindo-se toda
Caiu de lá e sorriu um lindo mico-leão-dourado.
Giselle Serejo
 

Bonequinha de luxo

BONEQUINHA DE LUXO
Inspiração violante
puro luxo impactante
femina flor
Extase de querências
Grande tua presença.
Giselle Serejo




Mulheres coloridas

MULHERES COLORIDAS
Pulsam teus seios em sintonia feminina
cobertores são teus guias
femininas meninas
Acolhem os dias e as noites
num unísono sono.
Giselle Serejo





Poeta I, fininho.



DRUMMOND
Tu és a palavra dita
bendita
composta
disposta
Homem-I
fininho
encantado

Eu sou a senha do mundo-A palavra



Dialogando com Drummond.

Eu sou a senha do mundo
A PALAVRA
É nela que me discuto
É por ela que morro e renasço
Não há como desen canta-la
Não há
Ela já veio enfeitiçada
Quando não estou
Ela me encontra
Nós nos esbarramos
Somos amigas, companheiras.
Mulheres para vida inteira.
 

Cora, teu nome é doce.



A casa da ponte também foi minha morada nos tempos que eu era velha
quando fiquei criança, andei por outras terras
brilhantes, cansadas.
Hoje, quando me lembro de ti fazedora dos melhores doces
riu de mim
que nada sabia fazer e velha já estava em mim
Coralina, minha filha amada
vai lá fora e vê se vem chuva?
era assim que dizia sua madrasta.
Esquecida num canto Dona aninha ficava observando os senãos.
Aqui no meu fico lembrando do anjo.

Giselle Serejo para domingo de poesia, 2011

A ponte da casa velha

Foi na mesma ponte da velha Aninha
que um dia também atravessei
ponte antiga e feliz
às vezes ficava triste e zangada
emburrava e não deixava ninguem passar
mas...era só as vezes...
A ponte velha, da velha trazia os tachos de doces de Aninha
certa vez, uma escrava por nome Isaura deixou o tacho cair
Ahhh, dona Aninha ficou brava
e mandou a escrava sumir dalí
Aninha, docinha malvada...
pensou a danada da escrava.

Giselle Serejo para domingo de poesia, 2011.


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Senha do Mundo-A palavra

Dialogando com Drummond.

Eu sou a senha do mundo
A PALAVRA
É nela que me discuto
É por ela que morro e renasço
Não há como desen canta-la
Não há
Ela já veio enfeitiçada
Quando não estou
Ela me encontra
Nós nos esbarramos
Somos amigas, companheiras.
Mulheres para vida inteira.

Giselle Serejo, em Pensando em Drummond.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

D'alma


D'ALMA

Impregnada está de liberdade
ar puro que vem do alto
escorrendo pelas pedras frias
...
da cachoeira oculta
respiro fundo..hum...
delicio-me comigo e com o poder de respirar
mata linda e saudável..
sem igual
fico perdida em penssamentos
olhando fixamente o firmamento todo azul
nenhuma nuvem veio intrometer-se
vontade de gritar
grito ecoa
mudo
riu sozinha
não há ninguém
minha vontade é suprema
mas..as vezes...um dilema
porque vontade é sempre contraditória
in-glória
não ligo
nem quero ligar para coisas tristes
prefiro curtir o belo
ele me encanta
me faz amante
deita e rola comigo
faz cócegas..adoro isso!
preciso.

Giselle Serejo,in Confissões,2011


MEUS DIAS E MINHAS NOITES

Meus dias e minhas noites

São pura ilusão de outros mundos estar
sem voar não sou nada
resquício de humana
...sou vício sim
sou feminina com luta de para sempre
sou mãe tempo inteiro com minhas correntes do bem também de para sempre
sou tudo e não sou nada diante do infinito de possibilidades que há no mundo
ssou menina-mulher
sou criança muitas vezes
sou a esperança em dias melhores
sou a fuga desse mundo
sou pura hipocrisia
quando digo não para vida.
sou como Raul, sim, o Seixas, que foi quem foi e dai?
dane-se o mundo que eu não me chamo Raimundo..com todo respeito
em mim há vida nas veias
mas há também muitas mortes diárias
só eu sei de mim
mais ninguém.
Amo intensamente
Me dou de graça
Aos que me interessam
meus verdadeiros amigos de sina
meus dias e minhas noites são sempre inacabados


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Amor de Libélulas

Amor de libélulas
Fina seda
Tua asa me toca
Libera meu medo
Voamos juntos
De leve sinto o toque da asa fina
A tocar a minha, libertina.
Quero voar para longe
Eu quero.
Vem!
Êxtase puro nossas asas se tocando
Pousamos no mesmo instante
No mesmo lugar de antes
Galho de jabuticabeira
Olhamos por entre os galhos
E somos iluminados.
É a lua sorridente, cúmplice dos amantes.
Amor finíssimo
Banhados ficamos de suor de luz
Permaneço em Ti alguns instantes
Voamos agora em voos rasantes
Para o outro lado do horizonte.

Giselle Serejo,2011.
MEU CANTO

Vento empurra até o Porto
Sinto o gosto profundo de vinho tinto
Oliva da horta
Lembranças levam-me a um lugar distante
Utópico.
Viajo solitária, caminho na rua de pedra
Que leva ao túnel
Ele está coberto de hera
Fico sedenta, umedeço a boca
Com um fio fino de água escorrida das pedras...
Vem à lembrança da fotografia, Tu e o cachorro.
Ah...quase morro
De amor tanto
É insuportável a dor
Gotas salgam a pele fina do meu rosto
Eu saio
Caminhando sem destino
Esbarro nas horas
Vida real acordou-me.
Giselle Serejo, in morrendo de amor.


Concha do mar


Só estou no Planeta
Vez por outra ponho o rosto de fora
Raramente faço isso
Prefiro ficar na concha blindada
Vou me arrastando bem acanhada
Para um pequeno lazer na praia
Fico observando o mar, não me canso.
Mas é hora de voltar
Já é tarde sol já se pôs
Arrasto-me de volta mais depressa
Seguro é a Terra-do-Nunca.

Giselle Serejo, 2011

sábado, 20 de agosto de 2011

Razão

Ele tem coração?

Quando ele chora
Não sei se é verdade
Não sei se chora de mim ou de si
Nunca será de ninguém
Mas ele jura que tem coração.
Eu vou acreditando
Na minha razão.

Giselle Serejo, 2011

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

RUBI

Série minerais-2011

Rúbi

Desejo-te avassaladoramente
igneo amor
carnal.


DIAMANTE

Série minerais-2011

Diamante

Amante itinerante
gozos profundos
todas querem


ESMERALDA

Série minerais-2011

Esmeralda

linda cigana
me ama
me engana


Turmalina

Série minerais-2011

Turmalina negra

Bruxa do bem
trasforma sentimentos
reformas momentos.


CHUMBO

Série minerais-2011

Chumbo

Grosso pedreiro
forjador
de sonhos.


Bronze

Série minerais-2011

Bronze

vida dos fios
massa de luzes
roubam-te.


PEDRA

Série minerais-2011

Pedra

Tinha muitas no teu caminho
redondinhas e durinhas
no meu só algodão macio

MALABARISMO

Malabarismos

Cortorcionismo cotidiano
fundo de plano
imagem.


EU-PERENE

Série maternidade-2011

Eu-perene
entre pêssegos e espinhas
percorri longos caminhos
três pássaros carregava
envelheci
Os pássaros sem que eu soubesse eram gaivotas inteiras
voaram
Fiquei
onde..será que foram pousar...

Giselle Serejo ( 17.08.2011)


NINFA-BELA



Executa tua façanha
usa de artimanhas e
não recusa
...usa e abusa do amor carnal
devasso
incauto
aproveita
tua pele é de seda
põe logo a mesa
e banqueteia-te
o hoje é agora
sem hora!

Giselle Serejo in Carne Nobre 17.08.2011


Vazio



Caminho entre passos trôpegos
Silabando letras
Tentativa de encontrar sentido
Ontem a lua não sorriu para mim

Tudo estava fechado
Janela não queria ser importunada
Tentei silabar
Saíram coisas trocadas

Fui tomar água
Voltei encharcada
Janela se abriu

A Lua sorriu
Uma luz sutilmente
Encantou o vazio.


EPIGRAMA-POEMA SÁTIRO



O que aconteceu com o Afrânio?
ministrou tantos meios de locomoção
andou pela contra-mão
enrriqueceu seu filhão
acabou na prisão?
Aqui no Brasil?...ora..ora...ora...claroooooo que não

Árvore Pedinte

Árvore pedinte

Passando por um fim de mundo ressecado
Escutei um chamado
de uma árvore moribunda
quase morta me pediu um pouco d'água
olhei para os lados e não vi nada.

Caminhando um pouco mais
vi no fundo dum cafezal
um poço profundo
minhas mãos de cone se fizeram
saciei o pedido aflito.

A árvore olhou-me agradecida, feliz da vida
sacudida ventou para mim
seus alegres membros vegetais
Continuei na estrada
a minha eterna caminhada.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

ALMA CONFESSA


ALMA CONFESSA

Viver sem poesia é morrer sem cantar junto ao mar
Viver longe do mar é morrer sem encantar
Viver sem encantar é não ter a claridade do luar
não ter luar para enfeitiçar e o mesmo
que ser poeta e não poder recitar e nem escrever
é mumificar-se de chumbo.

Gisele Serejo


SEGURA-ME




Segura-me

Em tuas mãos eu me entrego
anjo belo
salva-me da devassidão que me furam as palavras
...sou tua
leva-me embora
para teu reino de gloria
da setima Dinastia
circulo fechado
lugar da provincia azul
onde tem lugar para meu cantar.

Giselle Serejo, in sonhos, 2011


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

BECO



Beco dizia entra
entrei e não encontrei o que procurava
mas achei muito lixo e garrafas que cantavam ainda cansadas da noite anterior
intrigada olhei para baixo
fui ter em outras moradas.

Giselle Serejo, in brincadeiras,2011.


FACES



FACES

Acordei no espelho
Face estava duplicada
A aventureira foi até Veneza gondolar
Aqui as duas estão a encenar mímicas.

Giselle Serejo, in Brincadeiras,2011


Pororoca amazÔNICA




Chegas sem avisar
nem deu tempo deu me aprontar
sugas tudo
devastas o mundo
árvores tuas irmãs reclamam
deixam seus filhinhos orfãos
pororoca atrevida
cheia de verão
engole o chão.

Pororoca, série Poemas amazônicos, 2011.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Flor do Láscio


Flor do Láscio

Terra soberana
abaixa aqui e aperta meu cadarço?
estou sem forças
todas elas foram morar no Práscio
sim, aquela terra distante perto dos arredores da caatinga
cheia de formiga e muita pinga
agora, por hora, me deixa descansar
puxarei a cortina que me chama
e deitarei numa cama
feita de pau queimado pelo sol
muita terra e arrebol
vou indo senão ele me bate
não com a mão mas com...
escrevo outra hora..vou simbora.

Giselle Serejo in sem pretensão



terça-feira, 9 de agosto de 2011

Samaumeira-Série Poemas Amazônicos,flora, 2011.




Samaumeira

Teu espelho é o rio
dos teus frutos saem bolinhas serventes
quando a canoa passa, estica e colhe na barca os frutos para debulhar
...bolinhas gostosas de se espocar
minha avô enchia os travesseiros para na noite os netos terem devaneios
eu...ficava escondida..a espocar as bolinhas
barulho gostoso que só gente da floresta que presta atenção
Arvore frondosa na beira do rio
cobre com suas bolinhas o imenso vazio.



 

Eu-borboleta-livro


EU-BORBOLETA  LIVRO
MINHAS ASAS DE SEDA PURA
ACIONAM A LIBÉLULA ESCONDIDA NA SUPERFÍCIE FINA
ESPERO O ESCRUTÍNEO
VISÃO MEIO CEGA AINDA
SUGEREM JUNÇÕES VOCABULARES
MAS AINDA É CEDO O DESTINO
VIRÁ
SEM PRESSA EXPONHO-ME IRIVADA


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Tatugem chinesa

BEIJO CADA LINHA
CADA TRAÇO
TODO O CONTORNO
DO TEU BRAÇO
TATUAGEM CHINESA
ESCORRE DA BOCA
PURO FLUÍDO CARNAL
LINHAS MARCADAS A FERRO E FOGO
DOEM POR DENTRO
LINDA CARPA
PEIXE DA RENOVAÇÃO
DA PURIFICAÇÃO VERDADEIRA.

Giselle Serejo, in Waykyrulitera 05.08.2011

Cálice ( Homenagem a Chico Buarque e Milton nascimento )



Cálice

Mãe afasta de mim esse cálice de absinto
é na calada da noite que eu me engano
no deque a qualquer momento posso ver monstros emergirem do rio
pileque homérico de absinto
é coisa de morte
Mãe afasta de mim esse cálice de absinto
noite é infiel, perigoso sorver esse fel

Giselle Serejo, embriagada pela musica do Chico Buarque com part. de Milton nascimento.


Deixa eu dançar um tango



Deixa eu dançar tango

Corpo em volúpia de acordes
bailo, levanto por ti
chão chamuscado
nem ligo
minha tara
dobro a figura enssopada
levanto e me atiro em teu corpo
segura estou em mãos e braços musculosos
então gozo em movimento
em transe crio passos invisíveis ao momento


Aqui embaixo
fica redemoinho
em alerta ecoando




Ficou a pena...
em voo deixada
ecoou a sonata.

Série RUBORES



Face rubra em redondilha
in sonata ouço o pio
da ágil águia que aguardou o momento
propício para o esquecimento.


terça-feira, 2 de agosto de 2011

Liberte-me

Quero seguir não me prenda
quero voar pra longe
não gosto daqui
sei que é longe
mas um dia chego eu juro
eu amo demais Portugal
eu amo...
quero ouvir Mariza cantando fado
quero ler Florbela a flor do bem
quero tomar o vinho frutal
quero te visitar nas ruas de pedrinhas
pegar o bonde
andar contigo de mãos dadas
sorrir a toa
visitar Gaia...
lembrar da fonte...
quero seguir não me prenda aqui

Seguindo

Seguir pro infinito que leva a ponte
não voltar e nem me tocar dentro
trilhar o caminho que Moisés andou
chegar até o Porto, o Ribatejo ou
quem sabe até o Tejo e lá ficar
encontrar-me com minhas raízes
cheirar o perfume da ginja, da nata
da intelectualidade de Coimbra
lembrar de Mário...
Vasco...
Carlos...
PH....
enfim..ser assim...

PRISIONEIRA


Por que choro?
Por que lembrar as vezes em vez de embelezar
nos faz doer até morrer?
tantas perguntas
eu-defunta
são dores de prisioneira
de viver numa era fora de foco em mim
era dita moderna maldita era.