sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Carnálias


Carnálias

Confesso foi o amor dos efemêros
jagaram-se em cima das flores
sem pudor


Ousaram

deletaram todos os ruídos
in-bem vindos

amaram

Deixaram correr frouxo suas luxúrias
amaram como quem ama só por hoje
Fetiches matizes

Efemêros

Nem ligaram para os detritos envolvidos relaxaram em doce deleites
brincaram de Carpe diem.

Sossegaram.

Giselle Serejo para sexta-feira da Ousadia Literária-DESEJOS.


Cama de Gata


Cama de gata

Longa noite de espera
pudera
forrei com penas de passarinho nosso ninho

ronronei no cio

voa logo
plaina bem aqui
na minha cama cigana

invade com teu suor de homem-pinho
nosso canto
esvoaça

me toca sem pena
encanta
me ama
nem pensar sair da cama.

Giselle Serejo para sexta-feira da Ousadia-Desejos


Pelos campos do desejo

Pelos campos do Desejo

Corro pela trilha estreita a procura do que a pouco perdi
estou atônita
então corri
preciso alcançá-lo
ele está indo muito depressa
não me espera
Ei!por favor...
preciso de seus tatos
não abafe com maus-tratos
meus sentidos
me espera!

Giselle Serejo-sexta-feira da Ousadia-DESEJOS


Fluídica

Fluídica

Éter
fluido divino
consome minha morada em chamas
me chama
Enlaça minha face de Madona
Perdona
Enaltece minha face
doce milagre
brisa Maktub
fica.

Giselle Serejo no Divino Paraíso


terça-feira, 25 de outubro de 2011

Sambeira



Sambeira

Ossos na contradança
remexem-se em sintonia
parceiro ligeiro
passa a perna
entrelaça sentidos
está tudo corrompido

Ar quente sorri dos movimentos
incrementos são (re)inventos
passos...ritmados soltos
novamente armados
em duetos rebolados.

Dança do boi de Parintins-Caprichoso


Entra no Bumbódromo elegante guerreiro
touro-macho encanta em evoluções
dono da ilha encantada de Parintins
festeja os autos dos bois de todo o país

Boi Caprichoso festeiro
não pode ver gente que vem todo elegante
filho de índios de todas as etnias amazônicas
encanta a nação e o povo brasileiro

Boi macho, estrela na testa é sua marca
mora na floresta dosa genuínos cabocos
que das palafitas aplaudem sem fita
o grande majestoso boi-negão.

Baile de máscaras-Clube dos espelhos.

Salão dos espelhos-Poesia em Três Atos
Por Giselle Serejo em sexta-feira da ousadia Literária-Baile de Máscaras

I Ato: A chegada da mascarada Colombina

As luzes se acendem e os espelhos comovidos
Ajeitam-se para receber Colombina, a mascarada.
Majestosa em seu traje branco adentra o salão espelhado
Num susto, (re) vê sua alma refletida no espelho que ri.
Dá um grito e se pergunta: Quem és tu vestimenta costurada?
Que ossos são esses? Ajuntados à ouro e a prata?
Espelho refletido, num sorriso amarelo, responde:
Sou Tu vestimenta preparada.
II Ato: O encontro de Colombina e Arlequim
Levantando suavemente o par de olhos que a beliscam
Olha e vê seu amigo apaixonado, Arlequim, o desgarrado do reino.
Os dois ao mesmo tempo estendem as mãos para contradança no salão
Todos reverenciam a dupla de falsos.
III Ato: Baile de máscaras começa
Muitos risos rodopiam e saltitam pelo salão em xadrez
O promíscuo Pierrot mais uma vez apronta a cena
Encostado na varanda seminua dá um beijo em
Afrodite que o empurra
Colombina e Arlequim riem
Fora de si
Nesse instante sorrateiro
Pisam em suas roupas
Medéia e Galatéia
Expulsas são, pelos donos do salão
Os espelhos. Esperam outras máscaras
Usuais em sua luxuriante ficção.
 

Sou Vozes

Razão eu entro
Do advento eu vim
Escrevo sempre torto
absorto ser

Gauche era Ele
sou Quadrouche
Fisigauche
Verdade êngodo

Lobo que uiva
em cima da pedra
sem essa de florzinha
gosto de rio.

Só somente só
Assim vou me chamar
enquanto eu quiser SER
Até agora sou Vozes.

Giselle-Cruella

Canto e danço
pode ser Tango ou Toada
entro nessa
Sou raçiada
abrasileirada

Alegre e festiva numa.
Noutra sisuda e bunda-suja
entro numas
dispo de pele, sou Giselle-cruela.
 

Coisa misturada

Eu fui o que me fizerem Ser
coisa alguma
coisa nenhuma
livre ser

Sou tudo
sou tampouco
me importo
mundo louco

Sou miscigenação
canção sou eu
cores e gênios
departamentos.

Gosto diverso
Sou contesto
Gosto de tudo
Sou do mundo

Fina estampada
Índia misturada.

haicai

                                                                  Espaço poético do mundo
                                                                  eu me teço
                                                                  em verde verso.
 

manaus-Paris dos Tropicos

Hoje-Festa

Só por hoje te digo
Amo-te
Paris dos trópicos
amante das águas
te trago hoje ao Vidráguas
para que deliberes
tuas flores
exóticas
protótipos do paraíso, não o de Milton
mas o de Deus!

Em homenagem ao aniversário de 342 anos de Manaus,2011.

HAICAI

Cresce em profusão minha floresta
nau-Capitânia
leva-me pelos cantos iluminados, do Teatro Belle Epoque.


HAICAI

Não dou um pio
meus olhos espiam
Clorofilas no meio do rio


HAICAI

O ar amanhece verde
no meu rio
respiro essência de capim-limão!
 


O MOURO

MOURO

E por não saber da tua existência
calçei sapatos de chumbo que não eram meus
e fui ficando ao sol do deserto que me consumia

Sabendo.Nadei rios de alegria
voei mundos em harmonia
a espera da minha carta de alforria.

Tantas foram as vezes que fui ao cais do porto
e olhava para meus pés já descalços..e não te via
mas sentia a canção..a voz vinda de longe...

Mil braços me envolviam
quando em sonho-real te via
eu então adormecia
meu lusitano amado, minha mouraria!


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Haicais-Plantações

Nos vastos campos de arroz
Vaga-lumes
Cochicham banhos noturnos

Giselle Serejo in segunda-feira de Haicais-Plantações

Haicais-Plantações

Entre a minha e a tua plantação
Morangos beijam-se
Fortuitamente

Giselle Serejo in segunda-feira de Haicais-Plantações

Haicai-Plantações

Rebentam em olhos
Os guaranás
Levados espiam-me

Giselle Serejo in segunda-feira de Haicais-Plantações

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Netuno-deus do mar-mito Grego


 Mandatário da minha vida
em noites e dias de tempestade
varres com tuas vontades e ímpetos
meu caminho
comandas com tua voz-trovão
todos os caminho que devo seguir
não tenho como fugir
presa nas correntes d'água
fico à deriva
inteira a teu dispor.

Giselle Serejo para quarta-feira do Mito.

Sagitário( O mito de Kiron)

Sagitário-o mito de Kiron

Arde em fogo tua flecha
corre para sanar a ferida
aberta e queimando ainda
... ser buscador, Sofia te espera
volatil ninfa
que tudo explica
trota em tuas patas
conecta com tua mente
finda no meu ventre.

Giselle Serejo, 2011.

Artêmis-deusa da luz da lua-mito romano



Por que bela iluminas os simples mortais?
fortalece os amantes com brilhos inebriantes
são sinceros?
Pois...há que pensares
esse teu acto pode fragilizar tua eletricidade...

Giselle Serejo para quarta-ra do mito.

Ágora da beleza feminina ( Afrodite-deusa do amor e da beleza)


 Ágora da beleza feminina( Afrodite-deusa do amor e da beleza )

Fraudulenta és tu princesa ninféia
cala com tua beleza a aspereza masculina
Resolves tudo com risos carnais
mostras tuas fontes para os belos dos montes
Zeus, protesta
sem modéstia
Ele te toma e te doma
és prisioneira, Beleza.

Giselle serejo para quarta-feira do mito.

Hermes (menasgeiro dos deuses do Olimpo-mito romano)



Notícias correm soltas no olimpo
fofoquinhas e triques são levados imediatamente ao comandante maior
Zeus, o todo-poderoso dos montes
mensagem chegando é dada a sentença
corre frouxa as mãos do masculino so para deusinhas
para os macho deuses nominados
faca na goela ou quem sabe
uma corrente presa aos pés....

Giselle Serejo, quarta-feira do mito.

Demetér(deusa-mãe,mito romano)



Gentil acampamento é teu ventre
óh mãe dos párias e éticos
mãe do mundo

Embeleza tua barriga com fetos escaldantes
quentes amantes
profanos festeiros

Gera tudo, constante celeiro
poedeira insone
criação foste do povo leigo.

Giselle Serejo para quarta-feira do mito.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Entre-linhas

 

Não são nas linhas que me escapo
são nelas que me ennovelo
me rogo e me calo

São nas fininhas em angulo reto
que me protesto
que choro, mas..não demoro

São curtas as belas
mas revelam um pouco do que não sou
ou-ço vozes que misturam-se

Minha construção paira na contra-mão
são emergidas de única fonte
água humanada

Treinada mão sim
as vezes treme
as vezes firme confessa

Vários "eus" bailam rodopiantes
in-versos e in-prosas
tem tantas coisas que nem sabe se as tem.

Giselle Serejo- Ler e Crer é preciso,2011.

domingo, 2 de outubro de 2011

Ao mestre do amor

Ao mestre do amor

Cantando o amor insano
pusestes em dia tuas ânsias de poeta
fostes socorrido ainda in festa
pelos anos mais dourados das flores

As flores em ovos pisaram
alguns foram salvos intactos
outros, porém quebraram
mesmo assim comeram do livre cantor, belos omeletes.

Perduraram por anos tuas curas
risinhos revelados por detrás dos muros escuros
das praças e dos becos
nunca em claro, o os excusos.

Giselle Serejo para o mestre de Weimar-Alemanha.2011.
Der Meister der Liebe

Singing Liebe verrückt
in euren Tagen Sehnsucht nach dem Dichter gesetzt haben
Sie waren noch in der Partei gerettet
die goldenen Jahre der Blumen

Flowers trat in Eiern
einige wurden gerettet intakt
andere, aber brach
noch aß freien Sänger, schöne Omeletts.

Jahrelang dauerte die Heilung
zeigte kichert hinter den dunklen Mauern
die Plätze und Gassen
nie auf Kurs, nutzlos.

Giselle Serejo zu meistern Alemanha.2011-Weimar

Ao jovem de Weimar, cantante do amor eterno. ( à Wolfgang Von Goethe )

Ao jovem de Weimar, cantante do amor eterno. ( à Wolfgang Von Goethe )

Por que cruzas minha rua?
a manhã chega mais cedo
a tarde nunca tem medo
a noite torna-se aurora

Jovem livre humanizado
de amor livre é formado
cantarolando segue seu uivo
terno, encanto miúdo

Pássaro raro dos prados dourados
Dos palácios constituiam teus enleios
passeios floris com donzelas pueris
longas hastes de amor sem hora

Caminhada longa, geme e sonha
escrituras exaustas, livre do Fausto
Do peso, e do encalço
germina canção do vovô

E na decadência do físico
encontra ainda lindo vício
Nas escrituras ébrias enlevadas
destinada às lindas encatadoras
mulheres jovens, belas amadas.

Giselle Serejo para domingo de poesia-Goethe, o poeta do amor.(02.10.2011)