sábado, 2 de julho de 2011

Vermelho chinês


Janela aberta
luz vermelha tinge o amanhecer
gotas de cereja ainda estão no gosto
da boca que teima em te querer

piso e colho teu ventre
estava entre minhas vestes rubras
desço
lá embaixo há ornamentos para o casamento
que virá
relógio bate seis e trinta
melhor se apressar para não se  atrasar
e agora que faço eu? com o ventre teu?
devolver seria sacrilégio
ficarei
entrarei com ele nas mãos
pingos de sangue teu escorrem pelos meus dedos
dedos meus amparam tua coragem
coração selvagem
rubro
vermelho-chinês

 


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